terça-feira, maio 15, 2007

2º BIMESTRE: CHINA

- LOCALIZAÇÃO: A ocupação começou por volta de 4.500 a.C. no vale do Rio Amarelo, com o passar dos séculos o território ocupado se estendeu até o vale do Rio Azul. É importante frisar que boa parte do território chinês é montanhoso ou desértico, daí a necessidade de buscar terrenos férteis. Os povos que primeiro se estabeleceram na região eram de origem mongol e pertenciam aos povos Han e Hui.

- O ESTADO CHINÊS:

· No início o território se encontrava dividido em várias cidades e aldeias governadas pelas famílias mais importantes, como o passar do tempo, entretanto, o estado começou a se organizar.

· O poder era exercido por dinastias e a mais antiga da qual se tem notícia é a Hsia (Hia) por volta de 2.000 a.C., a segunda é a dos Shang (Chang) por volta de 1.500 a.C. Nesse período já eram desenvolvidas técnicas avançadas de irrigação e se aprimorou o método de fabricar seda.

· As lutas internas entre famílias poderosas, enfraqueceram o poder central e a China, de 1.028-770 a.C., assumiu aspectos feudais.[1]

· O fortalecimento do poder central veio com a dinastia Chin, que unificou a China em torno do Imperador. Foram criações/imposições dessa Dinastia: um sistema único de escrita e pesos e medidas. Tais mudanças estimularam o comércio, aumentaram a arrecadação de impostos e favoreceram as comunicações. Organizou-se também um exército permanente e se começou a construção da Grande Muralha para proteger a fronteira Norte do país.

· A dinastia Han assumiu o poder em 206 a.C., repeliu a invasão dos hunos, estendeu as fronteiras até o Golfo Pérsico, impôs o Confucionismo como religião oficial e construiu a Estrada da Seda. A chegada dos primeiros sacerdotes budistas à China data dessa época.

· Como as grandes famílias continuavam disputando o poder houve a divisão em três reinos, esses foram reunificados em 581 d.C. e a China voltou a prosperar sob o governo da dinastia Tang (618-907 d.C.), chamado de “O período de Ouro da China”. Durante o Governo Tang a influência cultural, política e econômica da China sobre países vizinhos, como as Coréias e o Japão, é muito grande.

· No século XIII, a China, depois de anos de luta, com prejuízo para a Rota da Seda, já que cidades e estradas eram atacadas, é invadida pelos mongóis que fundam a dinastia Yuan, iniciada em 1280 d.C. Nesse período se dá a conquista da Mongólia, e ampliam-se as obras de canalização, além do incentivo à construção de hospitais. Os mongóis também vão reconstruir a Estrada da Seda e reativar o comércio. No período mongol, em especial no governo de Kublai Khan (1260-1294 d.C.) a China mantém contato com a Europa (Lembrem de Marco Polo) e tenta invadir o Japão.

· Como os mongóis eram vistos como invasores pela maioria dos chineses e os impostos não paravam de aumentar, após muitas rebeliões, os invasores são derrotados e se estabelece, a partir de 1351 d.C., a dinastia Ming que restaura a união nacional.

· Após o século XVI, os chineses se fecham para os outros povos, principalmente os europeus, e iniciam um período de isolamento que se prolonga até o século XIX.

- ECONOMIA: A base era a agricultura irrigada como nas regiões do Egito, Mesopotâmia e Índia. Os principais produtos eram o trigo e o arroz. Também havia a criação de animais para consumo e venda, tais como cães, porcos, patos e cabras. O comércio representava uma força muito importante na economia, principalmente após a unificação monetária e de pesos e medidas, tendo como mais importante via de comércio exterior a Rota da Seda. Esta começava na China e passava por várias regiões chegando até a Ásia Menor, por um lado, e o Egito, por outro. A cerâmica chinesa, muito valorizada até hoje, foi grande produto de exportação, principalmente do século VII ao X.

- SOCIEDADE: A organização da sociedade chinesa variava um pouco de dinastia para dinastia, mas basicamente podemos dizer que se organizava da seguinte maneira: no topo o Imperador, seguido pelas grandes famílias, a seguir os funcionários públicos mais importantes, depois os chefes militares, em seguida os sacerdotes dos grandes mosteiros, em seguida comerciantes, artesãos, funcionários de baixo escalão, habitantes das cidades e, por fim, a grande massa camponesa. Os altos funcionários – mandarins – muitas vezes tinham mais poder que o próprio imperador, pois cabia a eles cobrar impostos e organizar o trabalho dos camponeses. Esses funcionários passaram, principalmente depois da disseminação do Confucionismo, a serem recrutados por concurso público dificílimo do qual mesmo os indivíduos das camadas populares podiam participar. Os escravos, mesmo que presentes, nunca foram importantes para o grosso da produção agrícola. Mesmo que as mulheres ocupassem um lugar inferior dentro da China, algumas delas chegaram a reinar em seu próprio nome como a Imperatriz Wu Chao, da Dinastia Tang, que incentivou o avanço do Budismo.

- RELIGIÃO: Na China, religião e filosofia sempre andaram juntas. Vocês devemYin Yang conhecer o símbolo Yang Yin [ que representa o equilíbrio de tudo o que há na natureza. Além desse princípio fundador, o culto e o respeito aos antepassados esteve sempre presente. Nesse sentido o Imperador faria o elo entre o divino e o terrestre, recebendo do Céu o seu mandato. Cabia a ele manter a harmonia. As duas principais filosofias religiosas chinesas são, até hoje, o Taoísmo e o Confucionismo.

· TAOÍSMO: fundada por Lao Tsé (século VI a.C.) buscava o Tao (caminho) que integraria o homem e aa natureza (princípio criador), essas idéias (busca do equilíbrio e da harmonia) influenciam a sociedade chinesa até hoje. O livro base do Taoísmo é o Tao Te Ching (Livro do Caminho Perfeito).

· CONFUCIONISMO: Difundido por Confúcio (551-479 a.C.) influenciou o Estado Chinês e a forma como este geria o setor público. Confúcio pregava a harmonia com a natureza e o Céu, o culto aos antepassados, o respeito às tradições, a busca do bem-comum em sociedade, e o desapego á vida após morte e a existência de deuses. Como valorizava o esforço pessoal e a disciplina o Confucionismo não excluía nenhum membro da sociedade e oferecia aos pobres a possibilidade de aperfeiçoamento e ascensão social.

Outra religião importante na China é o Budismo, e em menor grau o Islamismo nas fronteiras com Paquistão e Afeganistão.

A CULTURA: Os chineses se destacaram em muitas áreas como a literatura, a arquitetura, a medicina, a pintura, o teatro, a escultura, a cerâmica, a filosofia, e a astronomia.

[1] Isto quer dizer que o Imperador era uma figura muito mais figurativa e quem exercia o poder de verdade eram as grandes famílias nobres. Façam uma analogia com o Egito no final do Antigo Império.

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