quarta-feira, julho 28, 2010

Do Sudário à barba de Maomé, os objetos mais adorados do mundo



Essa matéria do Jornal o Dia fala dos objetos (*relíquias*) mais venerados do mundo. Vale pela curiosidade. Atenção para quantas igrejas (*e até mesquita*) têm a cabeça de São João Batista. Isso me lembra uma cena do livro (*não está no filme*) O Nome da Rosa, de Humberto Eco, na qual Adso, o noviço, estava fascinado pelas relíquias do mosteiro beneditino. Seu mestre, William de Baskerville, diz que aquelas relíquias não eram nada, pois relíquia realmente santa tinha uma catedral na Alemanha, o crânio de João Batista aos 12 anos de idade. Adso dá glórias e pulinhos, até que a ficha cai “Mas, mestre, João Batista morreu com mais de 30 anos!”. E o mestre responde: “Para você ver o tamanho do milagre, Adso!”. ^_^

Do Sudário à barba de Maomé, os objetos mais adorados do mundo

Revista ‘Time’ elaborou lista das 10 relíquias mais famosas de todas as religiões. Veracidade das peças é discutida

Rio - Cristão não, há grande chance de você já ter ouvido falar do Santo Sudário, pedaço de tecido mantido no Vaticano que teria envolvido o corpo de Jesus após a crucificação. É menos provável, entretanto, que saiba da existência do dente de Buda, da barba de Maomé ou do sangue de São Januário. Tudo isto faz parte da lista das 10 relíquias religiosas mais famosas, divulgada pela revista ‘Time’.

Com 4,3m, o Sudário é mantido desde o século 16 na Catedral de Turim, Itália. Em seguida na lista, vem o sangue de São Januário, de Nápoles, Itália, decapitado no século 4. Segundo fiéis, várias vezes por ano a substância, mantida numa ampola, torna-se líquida. Também na Itália, em Roma, são mantidas as correntes que teriam aprisionado São Pedro em Jerusalém.

A primeira relíquia não-cristã na lista é a barba de Maomé, que fica no palácio do Museu de Topkapi, Turquia. Apesar de o profeta ter proibido a adoração de outros seres fora Deus, a relíquia é visitada por milhares de pessoas todo ano. O mesmo museu mantém uma pegada daquele que, para os muçulmanos, escreveu a palavra de Deus no Alcorão.

O budismo também tem uma relíquia na lista: o canino esquerdo do líder Buda. O dente está num templo no Sri Lanka. Outra relíquia é a Cruz da Videira, maior símbolo da Igreja Ortodoxa da Geórgia e que teria sido presenteada a uma pregadora do país pela própria Virgem Maria. Por falar na mãe de Jesus, há ainda o Cinto Sagrado de Maria, numa Igreja na Itália, e a Túnica da Virgem Abençoada, na Catedral de Chatres, na França. Esta teria aparecido intacta após incêndio. Talvez a relíquia mais estranha, porém, seja a cabeça de São João Batista. Quatro instituições dizem estar com ela, retirada do corpo do santo após pedido da princesa Salomé, filha de Herodes Filipe. Parece muita cabeça para pouco santo...

Mistério da cabeça de São João Batista

Muitas das relíquias têm a veracidade discutida. Por ser respeitado por várias denominações cristãs e pelos muçulmanos, o paradeiro da cabeça de São João Batista é, de longe, o que levanta mais controvérsia. Reivindicam estar com ela a Mesquita de Umayyad, em Damasco; a Igreja de São Silvestre, em Roma; o Museu Residenz, na Alemanha; e a Catedral de Notre Dame de Amiens, na França. O Museu de Topkapi, na Turquia, diz ter o braço do santo e parte da cabeça. Um monastério ortodoxo também afirma ter a mesma relíquia e outro, na Sérvia, sua mão direita, a que teria batizado Jesus.


Também há pesquisadores que duvidam, por exemplo, tanto da pegada de Maomé como dos supostos fios de sua barba. Já o tal dente de Buda pode nem ser humano. Especialistas em odontologia já o questionaram, dizendo que, pelas suas características, é mais provável que tenha pertencido a um animal.

Israel tem inscrição que pode vir do código de Hamurábi



Matéria da Folha de São Paulo.

Israel tem inscrição que pode vir do código de Hamurábi

DE SÃO PAULO
Há décadas que os estudiosos do texto bíblico apontam semelhanças entre as leis de Moisés e o código legal do rei babilônio Hamurábi. Agora, arqueólogos israelenses acharam um possível "elo perdido" entre as duas legislações: um fragmento cujo texto lembra o código de Hamurábi, com 3.700 anos. Os cacos de escrita cuneiforme (originária do atual Iraque, mas empregada numa ampla área do Oriente Médio na época) vêm de Hazor, no norte de Israel. Segundo pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, responsáveis pelo estudo dos fragmentos, o texto provavelmente é uma lei envolvendo danos corporais a um escravo. Entre as palavras já decifradas estão "senhor", "escravo" e "dente". Na época, a região era dividida em cidades-Estado, anteriores à formação do reino de Israel, de cujos habitantes os judeus modernos descendem, em grande parte.