sexta-feira, setembro 15, 2006

ROMA 3: GABARITO DE EXERCÍCIOS


I) Explique a importância das reformas de Otávio Augusto para a estabilidade do Império.

R.: As reformas de Otávio proporcionaram as mudanças políticas e econômicas necessárias para o novo momento vivido por Roma. Elas colocaram fim aos conflitos entre patrícios e plebeus ao criarem uma nova divisão da sociedade romana; o imperador confiscou poderes do Senado, mas manteve os mais ricos de Roma satisfeitos com honrarias e alguma participação no governo, mesmo que os cargos de maior importância para o bom funcionamento do Império ficassem sob sua supervisão; ao se preocupar em criar uma marinha, melhorar o correio, e estender as obras de infra-estrutura, garantiu a integração do território e a circulação de pessoas e o fluxo de mercadorias. As mudanças garantiram o estabelecimento da chamada Pax Romana.

II) O que foi a Pax Romana?

R.: Os romanos chamavam a pax romana de ‘era de felicidade’. Esse foi o período em que Roma cumpriu a sua missão: criou um Estado mundial que proporcionava paz, segurança, e o império da lei. Os romanos representavam a “ordem” e a “civilização” e levaram seus costumes – e a cultura helenística em menor grau – para todas as regiões do Império.

III) O que era a Guarda Pretoriana? Por que ela se tornou um elemento de pressão sobre o Imperador?

R.: A Guarda Pretoriana foi um destacamento do exército romano criado por Otávio para a segurança do Imperador. Era composto por 9 mil homens e era um grande privilégio pertencer as suas fileiras. Com o passar do tempo o poder da Guarda Pretoriana cresceu muito e ela passou a pressionar os imperadores que se mostravam “fracos”; foi responsável pela ascensão e queda de vários dos césares.

IV) Quais territórios foram anexados ao território romano durante o Império?

R.: Bretanha, Mauritânia, Dácia e Mesopotâmia.

V) Como se deu a expansão do Cristianismo?

R.: A expansão do Cristianismo deveu muito à pax romana que garantiu a unidade do Mediterrâneo e a garantia de que a população pudesse circular em segurança pelas cidades que pertenciam ao Império, facilitando o trabalho dos missionários. Além disso, a cultura helenística possibilitou a circulação de idéias e a transmissão do Cristianismo se utilizando principalmente da língua grega. Durante os cinco primeiros séculos de nossa Era, o Cristianismo foi uma religião urbana e quase que restrita á malha de cidades que se concentrava principalmente na parte oriental do Império.

VI) Por que os Imperadores do segundo século são chamados de Bons Imperadores?

R.: Porque fizeram governos eficientes que garantiram a estabilidade política, social e econômica, além disso, continuaram a expansão territorial e da civilização romana. É marca da dinastia dos Flávios e dos Antoninos a transição política sem sobressaltos, isto é, os imperadores não foram assassinados, nem houve usurpações de poder.

VII) O que foi a Crise do Século III?

R.: Foi um momento marcado pela crise das estruturas políticas com assassinatos de imperadores e usurpações; das estruturas econômicas com o fim da expansão territorial e a falta de renovação da mão-de-obra escrava; de anarquia militar com generais que agiam como se não tivessem ninguém a quem obedecer e soldados que não respeitavam o poder do Estado, mas somente os seus chefes; e corrupção dos funcionários públicos. A situação fez com que o comércio entrasse em colapso, muita gente migrasse do campo para as cidades ou vice-versa, e que a inflação aumentasse. A Itália sofreu particularmente, pois desde os tempos da República havia se tornado um centro consumidor, deixando de produzir alimentos para seu próprio sustento.

VIII) Por que o fim das conquistas territoriais teve impacto sobre a economia romana?

R.: Porque as conquistas garantiam um fluxo constante de riquezas e mão-de-obra escrava, além de novas terras que poderiam ser distribuídas aos cidadãos romanos.

IX) Quais as medidas tomadas pelo Imperador Diocleciano para estabilizar o Império? Elas deram certo?

R.: Diocleciano tomou várias medidas , algumas ajudaram a estabilizar o Império, outras fracassaram. As medidas tomadas foram:

1. A divisão do Império em quatro regiões administrativas (Tetrarquia): duas governadas por césares e duas por augustos.

2. Para conter a alta dos preços, instituiu a Lei do Máximo que limitava preços e salários. Tal medida terminou por gerar ágio e o desaparecimento de mercadorias.

3. Criou o colonato que impedia os camponeses de abandonar as terras de seus senhores, controlando o êxodo rural.

4. Instituiu o culto a pessoa do Imperador que passou a ser chamado de Dominus (senhor). Como os cristãos se recusaram a cultuar o Imperador, acabaram sendo duramente perseguidos.

5. Além disso, instituiu a obrigatoriedade do latim para as províncias do oriente, reforçou o culto aos deuses e tradições romanas e tirou a autonomia das cidades.

X) Por que podemos dizer que o Século III é um divisor de águas na História de Roma?

R.: Porque foi um momento de transformação das estruturas do Império, com o fim da pax romana e a crescente percepção de que o Império estava irremediavelmente dividido em duas partes, uma Ocidental, pobre e ruralizada, e a Oriental, urbanizada e recuperada da crise econômica. Tal compreensão fez com que as políticas imperiais priorizassem o Oriente, culminando no século IV com a transferência da capital para Bizâncio e a divisão definitiva do Império em duas partes.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Gabarito da V.I.


Como eu havia prometido, segue o gabarito das questões discursivas que estavam na última V.I. das turmas 706, 707, 708, 709 e 710. Não são respostas para decorar, e o fato de você não ter respondido exatamente como no gabarito não quer dizer que você tenha errado a questão. Lembrando que havia duas questões discursivas em cada V.I., logo, você só fez duas delas. Seguem as questões resolvidas:

1. Cite duas das reformas promovidas por Otávio Augusto. (2 pontos)

R.: São reformas de Otávio (lembre-se que você só precisava citar duas):

** Aumento da autonomia administrativa das cidades e províncias e sua divisão entre: senatorias e imperiais. As províncias imperiais eram as de fronteira e os governantes eram nomeados diretamente pelo imperador que também reforçou a presença do exército no limes do Império.

** Classificação da população pela renda: só os mais ricos poderiam chegar ao Senado.

** Centralização dos gastos públicos como forma de reprimir a corrupção.

** Designação de funcionários de confiança para cobrar os impostos nas províncias.

** Reorganização dos correios: um Império tem que ter um sistema de comunicação rápido e confiável.

** Agravamento de penas e repressão de práticas que atentassem contra a moral e os bons costumes. Otávio também vai reprimir os excessos de luxo da sua corte.

** Revigoração das rotas comerciais e a criação da esquadra imperial, responsável por proteger os navios que traziam os grãos que abasteciam a Itália.

** Construção de obras de infra-estrutura: aquedutos, pontes, termas, mercados, etc.

** Apoio às artes, através do patrocínio de artistas, filósofos e escritores. A prática, comum até hoje, chama-se Mecenato e é feita pelo Estado, grandes empresas ou mesmo indivíduos ricos. Esse termo vem de Mecenas, nome de um amigo de Otávio.

2. Por que a divisão do Império Romano em dois Estados acelerou o fim da sua parte Ocidental? (2 pontos)

R.: O Império do Ocidente não havia se recuperado da Crise do Século III, com a divisão, não pode mais contar com o auxílio econômico e militar da parte Oriental, o que acelerou o enfraquecimento das estruturas do Estado e a perda de territórios que foi sendo tomados ou cedidos aos povos germânicos.

3. Por que os imperadores do século II são conhecidos como “Bons Imperadores”? (2 pontos)

R.: Esses imperadores, alguns deles nascidos fora da Itália em províncias da península Ibérica ou Norte da África, são assim chamados, pois fizeram governos competentes e garantindo a segurança política, o desenvolvimento econômico e convivência entre os diversos grupos sociais. Foi durante o seu governo que o Império chegou ao máximo de sua expansão com a conquista, com a conquista durante o governo de Trajano, da Dácia (Romênia) e da Mesopotâmia. Durante o governo dos “Bons Imperadores” a Pax Romana chegou ao seu auge, a civilização romana se estendeu a todos os cantos do Império e as revoltas não representaram um grande problema para os governantes romanos.

4. Como se deu a expansão do Cristianismo? (2 pontos)

R.: A expansão do Cristianismo, nos século I e II, se deu graças à estabilidade e segurança fornecidas pela Pax Romana, assim os missionários cristãos se valiam da infra-estrutura do Império e da cultura helenística, em especial a língua grega, para se espalhar pela malha urbana do Mediterrâneo.

5. Por que podemos dizer que o século III traz grandes mudanças para o Império Romano? (2 pontos)

R.: Porque este período foi marcado pela instabilidade política, porque a guerra civil se tornou constante. Eram comuns os assassinatos de Imperadores e outros governantes. A insegurança, gerou a crise no comércio e no abastecimento. Os camponeses, constantemente convocados para serviço militar, esvaziavam o campo e reforçavam a crise agrícola, a fome e a inflação. Além disso, o fim da expansão diminuiu o número de escravos e agravou a crise de mão-de-obra. A concessão de cidadania para todos os habitantes livres do Império, em 212 d.C., ajudou a diminuir o prestígio do Exército que admitia cada vez mais bárbaros. Os funcionários públicos aterrorizavam a população, aumentavam os impostos e a corrupção era uma constante. Mesmo que o Império tenha conseguido sobreviver a grande crise, a partir daí teremos dois territórios distintos, o Oriente, com fortes núcleos urbanos, helenizado, rico e cada vez mais cristão, e o Ocidente que não consegue se recuperar e se torna cada vez mais ruralizado e dominado pela presença dos bárbaros germânicos.

6. O que foi o colonato? (2 pontos)

R.: O colonato era uma forma de trabalho na qual o camponês abria mão de sua liberdade de ir e vir, por si, sua família e seus descendentes, em troca da proteção de um latifundiário. A partir de então não poderia ser expulso da terra. O colonato foi uma forma de trabalho estimulada por Diocleciano para aumentar a produção agrícola e impedir o êxodo rural; sob o governo de Constantino a situação dos colonos foi legalmente regulamentada. Muitos senhores alforriaram seus escravos, transformando-os em colonos. Os escravos ficavam “livres”, ganhavam certa segurança, e os senhores se livravam de uma série de deveres (*vestir, alimentar, fornecer moradia*), ao mesmo tempo em que garantiam a permanência dos braços na lavoura.

7. Qual a importância do Edito de Milão? (2 pontos)

R.: O Edito de Milão é importante porque dá liberdade de culto aos cristãos que eram um grupo importante na parte oriental do Império Romano. Esta lei abre caminho para a aproximação entre o Estado Romano e a Igreja que antes perseguida passa a gozar de prestígio e poder cada vez maiores.

8. Qual a importância das invasões bárbaras para o fim do Império Romano do Ocidente? (2 pontos)

R.: Como o Ocidente já se encontrava fragilizado pela crise política, econômica e militar, a chegada de um número cada vez maior de povos bárbaros acelerou a desagregação do Império. Os germanos, os hunos e outros não provocaram a crise, só representaram um fator a mais no desgaste que a parte Ocidental do Império vinha sofrendo.

Gabarito da V.I.


Como eu havia prometido, segue o gabarito das questões discursivas que estavam na última V.I. das turmas 706, 707, 708, 709 e 710. Não são respostas para decorar, e o fato de você não ter respondido exatamente como no gabarito não quer dizer que você tenha errado a questão. Lembrando que havia duas questões discursivas em cada V.I., logo, voc~e só fez duas delas. Seguem as questões resolvidas:

1. Cite duas das reformas promovidas por Otávio Augusto. (2 pontos)

R.: São reformas de Otávio (lembre-se que você só precisava citar duas):

** Aumento da autonomia administrativa das cidades e províncias e sua divisão entre: senatorias e imperiais. As províncias imperiais eram as de fronteira e os governantes eram nomeados diretamente pelo imperador que também reforçou a presença do exército no limes do Império.

** Classificação da população pela renda: só os mais ricos poderiam chegar ao Senado.

** Centralização dos gastos públicos como forma de reprimir a corrupção.

** Designação de funcionários de confiança para cobrar os impostos nas províncias.

** Reorganização dos correios: um Império tem que ter um sistema de comunicação rápido e confiável.

** Agravamento de penas e repressão de práticas que atentassem contra a moral e os bons costumes. Otávio também vai reprimir os excessos de luxo da sua corte.

** Revigoração das rotas comerciais e a criação da esquadra imperial, responsável por proteger os navios que traziam os grãos que abasteciam a Itália.

** Construção de obras de infra-estrutura: aquedutos, pontes, termas, mercados, etc.

** Apoio às artes, através do patrocínio de artistas, filósofos e escritores. A prática, comum até hoje, chama-se Mecenato e é feita pelo Estado, grandes empresas ou mesmo indivíduos ricos. Esse termo vem de Mecenas, nome de um amigo de Otávio.

2. Por que a divisão do Império Romano em dois Estados acelerou o fim da sua parte Ocidental? (2 pontos)

R.: O Império do Ocidente não havia se recuperado da Crise do Século III, com a divisão, não pode mais contar com o auxílio econômico e militar da parte Oriental, o que acelerou o enfraquecimento das estruturas do Estado e a perda de territórios que foi sendo tomados ou cedidos aos povos germânicos.

3. Por que os imperadores do século II são conhecidos como “Bons Imperadores”? (2 pontos)

R.: Esses imperadores, alguns deles nascidos fora da Itália em províncias da península Ibérica ou Norte da África, são assim chamados, pois fizeram governos competentes e garantindo a segurança política, o desenvolvimento econômico e convivência entre os diversos grupos sociais. Foi durante o seu governo que o Império chegou ao máximo de sua expansão com a conquista, com a conquista durante o governo de Trajano, da Dácia (Romênia) e da Mesopotâmia. Durante o governo dos “Bons Imperadores” a Pax Romana chegou ao seu auge, a civilização romana se estendeu a todos os cantos do Império e as revoltas não representaram um grande problema para os governantes romanos.

4. Como se deu a expansão do Cristianismo? (2 pontos)

R.: A expansão do Cristianismo, nos século I e II, se deu graças à estabilidade e segurança fornecidas pela Pax Romana, assim os missionários cristãos se valiam da infra-estrutura do Império e da cultura helenística, em especial a língua grega, para se espalhar pela malha urbana do Mediterrâneo.

5. Por que podemos dizer que o século III traz grandes mudanças para o Império Romano? (2 pontos)

R.: Porque este período foi marcado pela instabilidade política, porque a guerra civil se tornou constante. Eram comuns os assassinatos de Imperadores e outros governantes. A insegurança, gerou a crise no comércio e no abastecimento. Os camponeses, constantemente convocados para serviço militar, esvaziavam o campo e reforçavam a crise agrícola, a fome e a inflação. Além disso, o fim da expansão diminuiu o número de escravos e agravou a crise de mão-de-obra. A concessão de cidadania para todos os habitantes livres do Império, em 212 d.C., ajudou a diminuir o prestígio do Exército que admitia cada vez mais bárbaros. Os funcionários públicos aterrorizavam a população, aumentavam os impostos e a corrupção era uma constante. Mesmo que o Império tenha conseguido sobreviver a grande crise, a partir daí teremos dois territórios distintos, o Oriente, com fortes núcleos urbanos, helenizado, rico e cada vez mais cristão, e o Ocidente que não consegue se recuperar e se torna cada vez mais ruralizado e dominado pela presença dos bárbaros germânicos.

6. O que foi o colonato? (2 pontos)

R.: O colonato era uma forma de trabalho na qual o camponês abria mão de sua liberdade de ir e vir, por si, sua família e seus descendentes, em troca da proteção de um latifundiário. A partir de então não poderia ser expulso da terra. O colonato foi uma forma de trabalho estimulada por Diocleciano para aumentar a produção agrícola e impedir o êxodo rural; sob o governo de Constantino a situação dos colonos foi legalmente regulamentada. Muitos senhores alforriaram seus escravos, transformando-os em colonos. Os escravos ficavam “livres”, ganhavam certa segurança, e os senhores se livravam de uma série de deveres (*vestir, alimentar, fornecer moradia*), ao mesmo tempo em que garantiam a permanência dos braços na lavoura.

7. Qual a importância do Edito de Milão? (2 pontos)

R.: O Edito de Milão é importante porque dá liberdade de culto aos cristãos que eram um grupo importante na parte oriental do Império Romano. Esta lei abre caminho para a aproximação entre o Estado Romano e a Igreja que antes perseguida passa a gozar de prestígio e poder cada vez maiores.

8. Qual a importância das invasões bárbaras para o fim do Império Romano do Ocidente? (2 pontos)

R.: Como o Ocidente já se encontrava fragilizado pela crise política, econômica e militar, a chegada de um número cada vez maior de povos bárbaros acelerou a desagregação do Império. Os germanos, os hunos e outros não provocaram a crise, só representaram um fator a mais no desgaste que a parte Ocidental do Império vinha sofrendo.