terça-feira, fevereiro 06, 2007

1º BIMESTRE: PRÉ-HISTÓRIA


· Não pretendo fazer um resumo deste assunto, mas pontuar algumas questões importantes. Aconselho todos que LEIAM O CAPÍTULO DO LIVRO, sem se prenderem às periodizações geológicas nem à nomenclatura dos ancestrais do homem. Nos basta entender o processo evolutivo (*Lembrem que estamos estudando cientificamente a questão*) e que o Homo sapiens sapiens é muito recente na Terra, mesmo que seus ancestrais tenham uma longa História anterior.

. Você não precisa decorar datas, mas tem a obrigação de saber, por exemplo, que seres humanos e dinossauros não conviveram ou que Australopithecus não pintaram em cavernas e que esses vestígios já são do Homo sapiens. Também é preciso ter em mente, que os fóssei mais antigos de nossos ancestrais foram encontrados na África, por isso mesmo, as teorias científicas apontam para uma origem da espécie humana neste continente. Se fósseis mais antigos forem encontrados em outros lugar, as teorias serão repensadas.

· Lembre-se também que o próprio termo Pré-História é hoje questionado (*apesar de ser usado em todos os livros didáticos*) porque quando foi criado visava reforçar a idéia de que só existe História a partir do momento que a escrita foi criada. Ora, existem povos até hoje que não têm escrita, mas fazem História e podemos inclusive estudar a trajetória desses povos. Sabemos também que existem vários tipos de fontes e todas elas nos permitem tentar reconstruir o passado. Outro argumento possível é o de que não existe nenhum período da vivência do ser humano na Terra que não seja histórico, porque a História é uma ciência humana que tem em nossa espécie o seu principal ator. Mas já que a opção de nosso livro é usar essa divisão e como não temos outra para utilizar em substituição, vá lá, ficaremos com o termo Pré-História e dividiremos o período em Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais.

· Sobre o Paleolítico peço a todos que lembrem da domesticação do fogo. Sim, nada de falar em "descoberta", porque descobrir um incêndio em uma floresta causado por um raio não deu aos nossos ancestrais o domínio do fogo, a capacidade de produzi-lo e mantê-lo. Isso foi fruto do trabalho! Da inventividade humana! Assim, consideramos como fundamental para a melhoria das condições de vida das primeiras comunidades o controle da produção e manutenção do fogo. Fora isso, não se esqueçam que este é o período mais longo da História da Humanidade e foi nele que desenvolvemos a linguagem, ocupamos praticamente toda o planeta, começamos a navegar, etc.

· Sobre o Neolítico é importante lembrar de duas coisas: agricultura e sedentarização. Ora, durante todo o Paleolítico (*e até hoje para alguns povos*) os seres humanos viveram em pequenas comunidades, nômades, dependendo da coleta e da caça e com a possibilidade da fome sempre presente. Aprender a agricultura foi, portanto uma revolução. Essa inovação permitiu que as sociedades se tornassem sedentárias, as comunidades pudessem ficar cada vez maiores, e colocou na vida do homem primitivo pela primeira vez aquilo que chamamos de excedentes, isto é, a economia começa a deixar de ser obrigatoriamente de subsistência. Essa sobra de alimentos permitiu que as comunidades pudessem se comer melhor, armazenar e trocar. Com as trocas estava criado também o comércio.

· Sobre a Idade dos Metais convém lembrar que ela se divide em dois períodos principais, a do bronze e a do ferro. O bronze não é um metal, mas a junção de dois metais, o cobre e o estanho. Metais mais fáceis de derreter foram usados primeiros, misturados por acidente ou intencionalmente, deram origem ao bronze. Muitos povos do Oriente conseguiram trabalhar com metais e usar o bronze. Já o ferro, exigiu um aprimoramento técnico. Não foram povos sedentários, que criaram a escrita e tinham cidades aqueles que primeiro dominaram o uso do ferro, mas, sim, tribos nômades, pastoras e guerreiras. Os primeiros a usar o ferro para a guerra e agricultura foram os povos indo-europeus, provavelmente os hititas. Usar o ferro dava superioridade militar. O que eu quero dizer é que muitos povos continuaram na Idade do Bronze e isso nada tem a ver com escrita ou formas complexas de vida social. A Idade do Ferro e do Bronze vão ter durações diferentes nas várias regiões do globo.

· Dou por encerrada essa parte, até porque só pretendia enfatizar alguns pontos que considero mais importantes. De novo digo que é FUNDAMENTAL ler o livro e estudar as suas anotações.


VOCABULÁRIO:

NÔMADE: Aquele que não tem residência fixa, que muda de lugar de tempos em tempos. Geralmente caçador, coletor. Vai sempre atrás da caça, muda-se de lugar quando faltam recursos.
SEDENTÁRIO: Aquele que tem residência fixa, geralmente porque pretica agricultura ou tem uma fonte certa de sustento.
SEMI-NÔMADE: Que não pode se sedentarizar em virtude de alguma atividade, por exemplo, as tribos pastoras sempre precisam migrar em busca de pastagens ou regiões de clima mais ameno.

1º BIMESTRE: INTRODUÇÃO À HISTÓRIA


· Não é nosso objetivo aqui fazer um resumo, mas somente algumas observações. Aconselho todos os alunos a lerem o livro e suas anotações de aula.

1. Antes de tudo não temos, pelo menos eu como professora não tenho, a pretensão de definir o que é História. Podemos criar uma definição provisória, assim como provisório e incompleto sempre vai ser o nosso conhecimento à respeito do (s) passado (s). Dito, para aqueles que não vivem sem definições, podemos dizer que a "História é uma ciência que tenta reconstruir o passado da humanidade e compreender o seu presente com base em fontes diversas".

2. Entramos aí em outro ponto importante: as fontes, isto é, a matéria-prima do historiador. Até o início do século XX (e na cabeça de muita gente até hoje), fonte seria igual a documento escrito (documento mesmo, em sua maioria oficiais) e só haveria História se houvesse escrita. Hoje essa idéia, foi praticamente superada pelo menos entre os historiadores. Por isso mesmo, consideramos quaisquer vestígios deixados pelos seres humanos (e seus ancestrais) como fontes. Podemos assim dividir as fontes em três grupos principais: escritas (cartas, tratados, bilhetes, testamentos, etc.), materiais (monumentos, objetos, pinturas, etc.) e orais (entrevistas, mitos, lendas, etc.). Todos os tipos de fonte são importantes para nós.

3. Outro ponto a ser enfatizado é que o historiador ou historiadora não é neutro. Ele ou ela está inserido em seu tempo, por isso mesmo, sua escolha de objeto de estudo, o recorte que vai fazer na história e as perguntas que vai fazer às suas fontes vão ser influenciadas pela sua história de vida, pelo momento em que está vivendo.

4. Nosso livro tenta reconstruir aquilo que seria a História da Civilização Ocidental, não toda a História. Foi a escolha dos autores, foi a escolha da instituição (no caso o Exército). Essa não é a única forma de se fazer História nem a única História possível de ser estudada.

5. Da mesma forma, as divisões temporais que utilizaremos (Pré-História, História Antiga, História Medieval, História Moderna e História Contemporânea) são divisões didáticas que só são válidas para a nossa Sociedade Ocidental, isto é., Europa e América a partir da Conquista. Não pensem que os Chineses, os Árabes, os Indianos, os Aborígines Australianos seguem essa periodização. Existem povos até hoje que vivem no que seria um nível de cultura pré-histórica (sem escrita, Estado, caçador, coletor, etc.) ou que nunca se tornaram sedentários. Por isso mesmo, o ideal seria repensar esta forma de periodização e buscar, mesmo no Ensino Fundamental e Médio, novas maneiras de se dividir a História sem desprezar as contribuições de outros povos e suas especificidades.

6. Por fim, devemos ressaltar que o tempo é fundamental para a História, mas a maneira como os seres humanos percebem o tempo e como o organizam culturalmente varia muito. Alguns povos usam calendários lunares até hoje, outros como nós usamos calendários solares. Existem ainda povos que contam o tempo em ciclos. Outros usam vários calendários simultaneamente. Entender a forma como as diversas culturas percebem o tempo ajudaria muito a entender a sua visão de mundo.


- Acredito ter atingido meus objetivos aqui. Meus comentários entretanto não dispensam ninguém da leitura do livro e da sua própria reflexão. Portanto, mãos à obra!