sábado, junho 19, 2010

Evento celebra o primeiro carro produzido no Brasil



Triste que este automóvel já nasceu condenado, porque foi o Governo JK que fez a opção pela indústria automobilística estrangeira com a chegada da s grandes montadoras no Brasil. Enfim, mas a Romi-Isetta é um clássico e precisa ser lembrada. A matéria que segue estava no Jornal O Dia.


Evento celebra a pioneira

Fabricante da Romi-Isetta, a Romi faz 80 anos e reúne coleção dos primeiros carros totalmente nacionais

POR LUIZ ALMEIDA

Rio - Um clássico entre os automóveis brasileiros, a Romi-Isetta receberá homenagens neste sábado, quando será realizado o Encontro Nacional de Romi-Isettas. O evento acontecerá em Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo, como parte das comemorações dos 80 anos das Indústrias Romi, fabricante do modelinho.

Primeiro carro a ser fabricado no Brasil, produzido entre os anos de 1956 e 1959 — as peças tiveram produção estendida até 1961 —, a Romi-Isetta tinha como base o Iso Isetta, projeto dos italianos Ermenegildo Preti e Pierluigi Raggi. De dimensões compactas, a Romi-Isetta era dono de um desenho único, criado pelo designer italiano Giovanni Michelotti. Por aqui, foi oficialmente lançado no dia 5 de setembro de 1956 — na Itália chegou ao mercado três anos antes.

Clássico da indústria automotiva brasileira e mundial, a Romi-Isetta era dono de algumas características marcantes. Porta frontal única, motor transversal instalado no entre-eixos e capacidade para apenas duas pessoas. Outras curiosas características eram a coluna de direção — entre os pedais de freio e de embreagem — e a alavanca de câmbio — posicionada à esquerda, com as quatro marchas em posição inversa da usual.

No início da produção, a Romi-Isetta era equipado com motor de 198 cilindradas e 9,5 cv de potência, que foi substituído pelo propulsor BMW de 298 cilindradas e 13 cv de potência. Bastante leve — pesava 360 kg —, o modelo chegava à máxima de 90 km/h e era capaz de fazer até 25 km/l.

Apesar do apelo da economia de combustível, a vida da Romi-Isetta foi curtíssima. O motivo foi a aprovação, em fevereiro de 1957, pelo GEIA — Grupo Executivo da Indústria Automobilística —, do decreto que concedia incentivos fiscais para empresas que produzissem carros para quatro ou mais passageiros e com pelo menos duas portas. Sem incentivos, a Romi-Isetta ficou caro e teve a produção oficialmente finalizada em 1961.

Réplica resgata o velho sonho

Pensando em comprar uma Romi-Isetta zero quilômetro? Impossível? Pois, o empresário Américo Salomão garante que é possível. Afinal, há três anos ele produz, em Mairinque, São Paulo, réplicas do saudoso dois lugares, que se tornou um clássico da indústria automotiva mundial.

A produção das réplicas, aliás, começou meio por acaso. Quando restaurava sua Romi-Isetta ano 1959, Américo Salomão ouviu o irmão confessar que gostaria também de ter uma, mas que os altos preços cobrados numa original — entre R$ 70 mil e R$ 100 mil — impediam de realizar tal sonho. "Resolvi, durante a restauração, fazer uma réplica. Algumas pessoas ficaram sabendo e vimos que dava para fabricá-las", conta o empresário.

A produção foi oficialmente lançada em 2009 e, segundo Américo, as réplicas mantêm quase todas as características originais do modelo. Como não é mais possível encontrar determinadas peças, a solução foi a fabricação própria. Dobradiças das portas e lanternas traseiras, por exemplo, são feitas pelo próprio empresário, assim como os aros dos farois e alavanca do câmbio. "É um modelo muito específico, não dá para adaptar de outros carros", revela Américo Salomão.

Com produção artesanal, a carroceria das réplicas é feita em fibra de vidro com reforço interno com tubulação em aço. O chassi é tubular e, assim como as originais Romi-Isetta, o teto solar é feito em tecido, as janelas em acrílico e o para-brisa em vidro.

Já a suspensão dianteira é independente — os amortecedores são de motocicleta com molas helicoidais externas —, enquanto a traseira é Pro-Link. O motor é de quadriciclo, produzido pela chinesa Lifan, com 300 cilindradas e 30 cv de potência máxima. "Apenas a suspensão e o motor não têm as características originais, assim como os freios a disco nas quatro rodas e o câmbio de cinco marchas ou CVT", destaca Américo Salomão.

O empresário ressalta que as réplicas podem ser personalizadas. Pode-se escolher a cor, tipo de pintura, tecido do banco e rodas —www.replicadeisetta.com.br. "Os preços variam conforme a configuração, entre R$ 25 mil e R$ 40 mil", informa Américo Salomão.

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