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terça-feira, fevereiro 18, 2020

1º Trimestre: Revolução Industrial


Este quadro abaixo é um esquema das duas primeiras fases da Revolução Industrial. Basta clicar em cima para visualizar.


Se preferir baixar o arquivo em formato *.doc (Word) e bem maior, claro, é só clicar aqui. (post original de 2008)

1º Trimestre: Algumas razões do pioneirismo inglês na Revolução Industrial



A Inglaterra foi pioneira na industrialização. Isso ocorreu porque esse país concentrava condições favoráveis para o desenvolvimento da produção industrial:

• Tinha grande reserva de capitais oriundos da exploração colonial;

• Possuía um Estado afinado com os interesses do Capitalismo inglês, responsável por criar uma legislação favorável aos negócios burgueses, principalmente após a Revolução Gloriosa de 1688;

• O cercamento dos campos (enclosures), que substituiu a antiga produção agrícola feudal pela criação de ovelhas, foi responsável pela formação de um mercado fornecedor de matéria-prima têxtil (a lã) e do primeiro grupo de operários, formado por trabalhadores que, expulsos do campo, iam para as cidades em busca de outros meios de sobrevivência;

• Finalmente, possuía grandes reservas de carvão, um dos mais importantes combustíveis dos primeiros tempos da industrialização.

Fonte: PETTA, Nicolina Luiza de, OJEDA, Eduardo Aparício Baez. História – Uma Abordagem Integrada. São Paulo: Moderna, s/d, p. 115. (Post original de 2008)

quarta-feira, dezembro 04, 2019

Texto Complementar: Além do lucro: O papel holandês no comércio de escravos não pode ser descartado por uma questão de números


Artigo traduzido da revista History Today que trata do comércio holandês de escravos e sua importância no século XVI.  No meio do texto, é discutida a presença holandesa no Brasil e a Insurreição Pernambucana.

Além do lucro: O papel holandês no comércio de escravos não pode ser descartado por uma questão de números.

Paul Doolan

A contribuição holandesa para o comércio transatlântico de escravos tem sido pensada para ter um significado marginal. Mas isso depende de como o caracterizamos. Sugiro que o comércio de escravos holandês não era apenas significativo, mas crucial na formação do comércio transatlântico de escravos.

domingo, outubro 13, 2019

3º Trimestre: Quilombo dos Palmares e Outros Quilombos




AS RESISTÊNCIAS À ESCRAVIDÃO

Nem sempre os escravos, africanos ou crioulos, aceitaram se integrar à sociedade escravista brasileira, enquadrando-se em algum tipo de relação com seus senhores. Também foram várias as formas de resistir à escravidão que encontraram, seja negando-a totalmente pela fuga, seja negociando melhores condições de vida e trabalho.

quinta-feira, outubro 10, 2019

3º Trimestre: Mineração em Gráficos


Esses gráficos podem ser úteis para vocês. O primeiro mostra a produção de ouro ao longo do século XVIII. Vejam que ela sobe muito e depois começa a cair rápido. O segundo mostra a desproporção entre população masculina e feminina na região das minas. Estejam atentos também à população parda e negra livre.

quarta-feira, julho 31, 2019

Texto Complementar: Inquisição Espanhola: 527 anos atrás, os Judeus em Espanha fizeram escolha impossível


Hoje, comentei com duas turmas a expulsão dos judeus da Espanha e Portugal.  Não sabia que a data exata da expulsão era 31 de julho e acabou aparecendo para mim um artigo do jornal Jerusalem Post comentando a data.  Há a informação histórica sobre a ordem dada pelos Reis Católicos, Fernando e Isabel, e há informações sobre a organização Reconectar que busca ajudar os descendentes das populações judaicas portuguesa e espanhola com seu passado.  Enfim, traduzi o artigo, acredito que possa ser útil para vocês.

terça-feira, junho 04, 2019

Seu Amigo, o Rato (Curta de Ratatouille)


Como comentei em algumas turmas, o curta metragem está disponível no Youtube.  Está aí embaixo, podem assistir que é bem legalzinho. 

terça-feira, maio 21, 2019

Texto Complementar: As Universidades Medievais


Os séculos XI, XII, XIII e XIV foram de grande atividade intelectual na Europa Medieval, associado ao processo que chamamos de Renascimento Urbano e Comercial.  Dentro dos mosteiros e nas escolas das catedrais, houve o desenvolvimento do pensamento teológico e jurídico.  

No século XIII, as universidades, uma das grandes invenções da Idade Média, se tornaram importantes centros que atraíam jovens de toda a Europa.  Antes, quem desejasse estudar, precisava não somente do tempo e da oportunidade, mas dos meios para empreender viagens em busca de mestres dispersos em mosteiros, ou escolas catedralícias.   Com a universidade, os mestres estavam reunidos todos no mesmo lugar.  As três universidades mais antigas da Europa são Bolonha, Paris e Oxford.   

domingo, maio 19, 2019

Texto Complementar: Como são 'feitos' os santos da Igreja Católica


Este é o título de uma matéria da BBC, publicada para marcar a canonização de Irmã Dulce (1914-1992), a segunda pessoa nascida em nosso país a ser reconhecida como santa pelo Vaticano.  Hoje, a Igreja Católica tem um processo exigente para que uma pessoa possa ser reconhecida como santa, ou santo, tornando-se digna de veneração entre os católicos.  A ideia do processo, das provas de santidade (*os milagres*), foi criada na Idade Média, período que estamos estudando.

domingo, abril 21, 2019

1º Trimestre: Grande Cisma do Oriente (1054): Quais as principais motivações para o rompimento entre as Igrejas?


Com o desenvolvimento da Igreja Cristã, peculiaridades regionais começaram a ter impacto sobre a forma como as pessoas cultuavam e pensavam sua fé.  Por isso, os concílios foram importantes para estabelecer o que seria essencial para garantir certa unidade para a fé cristã.   Essas grandes reuniões reuniam representantes de todas as regiões do Império Romano e, posteriormente, de toda a cristandade.  Dos primeiros concílios os mais importantes foram os de Nicéia (325) e o de Constantinopla I (381). 

quarta-feira, fevereiro 20, 2019

A Peste que derrotou os atenienses


Durante a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), quando Atenas e Esparta disputavam a hegemonia na Grécia, a cidade berço da democracia padeceu com uma terrível epidemia.  Tucídides, o historiador que é a maior fonte sobre o conflito, deixou o seguinte relato:
“(…) Os curadores nada podiam fazer, pois desconheciam a natureza da enfermidade e, além disso, foram os pioneiros no contato com os doentes e morreram em primeiro lugar. O conhecimento humano mostrou-se incapaz. Em vão se elevavam orações nos templos e se dirigiam preces aos oráculos. Finalmente, tudo foi renunciado ante a força da epidemia”
Historiadores, médicos e outros cientistas se debruçaram por séculos sobre as informações que tínhamos sobre a epidemia.  Dentre as suspeitas, segundo a revista Isto É, estavam "(...) a peste bubônica, varíola, tifo transmitido por piolhos (comum em épocas de guerra devido aos aglomerados humanos em lugares de péssima higiene) e até de surto de infecção pelo vírus Ebola.".  Mais recentemente, mais recentemente, o infectologista grego Manolis Papagrigorakis, da Universidade de Atenas, valeu-se de testes genéticos em restos mortais (cavidade de dentes) de atenienses da época da guerra do Peloponeso.  A conclusão?  A resposta é Febre Tifóide. "Utilizando técnicas de recombinação de genes, fragmentos do material genético de uma bactéria semelhante à atual Salmonella typhi foram recuperados no interior da polpa de dentes ainda existentes em ossadas. A epidemia matou uma a cada quatro pessoas, provocando a derrocada de Atenas. A maioria dos soldados morria nove dias após adoecer."  

quinta-feira, abril 12, 2018

A Revolução Mexicana no Cinema


A Revolução Mexicana foi um episódio da história que passou a fazer parte do imaginário ocidental e, como tal, foi visitada pelo cinema várias vezes.  O primeiro filme, Pátria (EUA), data de 1917. Pancho Villa fez 37 aparições no cinema, Zapata foi interpretado 11 vezes.  Viva Villa! (EUA) foi indicado ao Oscar de melhor filme em 1934.  

¡Que viva México!, de Sergei Eisenstein, o olhar soviético sobre a Revolução, foi  filmado entre 1930-32, e lançado somente em 1979.  Viva Zapata! (1952), com Marlon Brando,  recebeu vários prêmios. 


Muitos faroestes americanos e italianos têm a Revolução como pano de fundo, caso de foi Meu Ódio Será Sua Herança (1969).  Outros destaques são:  Como Água para Chocolate (1992, Mex/EUA), Gringo Velho (1989), E Estrelando Pancho Villa (2003).

Não tenho conhecimentos sobre o que o cinema e a TV mexicana produziram sobre o tema, no entanto, este artigo (em espanhol) traz alguma sugestões de filmes mexicanos sobre a Revolução.  Interessante é que o cinema mexicano parece se preocupar muito mais em retratar a participação das soldaderas, mostrando como as mulheres pegaram em armas pelos ideais da Revolução.


Outra sugestão de leitura é o artigo do Opera Mundi sobre o cinema e a Revolução Mexicana.


quinta-feira, junho 15, 2017

Em Memória de Lidice, não podemos esquecer


Até ano passado, não sabia nada sobre o Massacre de Lídice, a Operação Antropoide, ou o tristíssimo monumento às crianças da vila que foram mortas pelos nazistas.  Explicando, a Operação Antropoide, que conheci por causa do trailer do filme que saiu ano passado, foi uma ação bem sucedida dos britânicos com a resistência tcheca contraos nazistas.  Um grupo de paraquedistas desceu incógnito perto de Praga e conseguiram assassinar Reinhard Heydrich, um dos homens mais importantes do governo nazista e administrador da Boêmia e da Morávia em nome do Reich.  A ação ocorreu em 27 de maio de 1942, Heydrich morreu em 4 de junho.  Foi o único assassinato de um membro superior do partido nazista durante a 2ª Guerra, ele era o terceiro em comando a partir de Hitler e um dos principais arquitetos da solução final.

Os desdobramentos para os tchecos foram terríveis, pois Hitler ordenou que se fizesse a vingança, que ela fosse terrível e pública.  Acredita-se que entre 1300 e 1500 tchecos foram presos e executados nos dias posteriores ao atentado, mas a vila de Lídice, acusada, sem prova alguma, de ter abrigado os assassinos de Heydrich, foi exemplarmente punida.  


Lídice foi cercada, todas as suas saídas bloqueadas e, no dia 10 de junho, todos os homens maiores de 15 anos da vila foram separados e levados para a fazenda Horák.  Lá foram fuzilados a partir das 7 da manhã do dia seguinte em grupos de cinco, ou dez.  173 homens foram fuzilados.  11 cidadãos de Lídice, que estavam fora da vila, foram capturados e executados, assim como oito homens e mulheres do local que já estavam presos por serem parentes de membros do exército tcheco que estavam lutando com os britânicos.  O único homem adulto cidadão de Lídice a sobreviver foi František Saidl (1887-1961), ele estava preso por assassinato desde 1938 e só descobriu o que aconteceu depois de libertado em 23 de dezembro de 1942.

Havia 203 mulheres e 105 crianças em Lídice.  Elas ficaram presas por três dias na escola local.  As crianças foram separadas de suas mães, as quatro mulheres que estavam grávidas foram levadas para o hospital onde Heydrich morreu e submetidas a abortos forçados.  Do hospital, foram direto para campos de concentração.  Em 12 de junho, 184 mulheres de Lídice (*E as demais?  Morreram?*) foram embarcadas para o campo de concentração de Ravensbrück, condenadas à trabalhos forçados.  A ordem era que não fossem misturadas com os outras detentas, mas isso não foi estritamente cumprido.


E as crianças?  Uma primeira triagem separou aquelas que poderiam ser entregues para famílias de SS ou orfanatos nazistas.  Eram bem pequenas e poderiam ser arianizadas.  88 crianças permaneceram confinadas em uma antiga fábrica têxtil sem os mínimos cuidados e sem saber ao certo qual o destino de suas mães e outros parentes.  A situação das crianças gerou indecisão por parte das autoridades nazistas.  Temiam um levante?  No fim de junho, veio a ordem de Adolf Eichmann para que as crianças fossem enviadas para o campo de extermínio de Chełmno, na Polônia.  

Das 88, seis foram separadas e enviadas para orfanatos do projeto Lebensborn ou adoção.  O campo ficava distante 70 quilômetros de Praga.  Chegando lá, todas as 82 crianças foram para as câmaras de gás.  Uma das crianças salva no último momento, Marie Supikova, tinha 80 anos em 2012 quando deu uma entrevista para a BBC.  Ela tinha 9 anos, mas foi considerada adequada para germanização e acolhida por uma família alemã. Segundo seu relato, seu irmão de 15 anos, era a 89ª criança que não foi contabilizada.  Ele tinha 15 anos, completara dois meses antes do massacre, mas os nazistas pensaram que ele ainda tinha 14.  Descoberto o engano, ele foi separado e executado.  Outra sobrevivente, Jaroslava Sklenickova, teve uma sorte inversa.  Os nazistas descobriram que ela já tinha 16 anos, foi separada das crianças e colocada com as mulheres.  Conseguiu sobreviver à Ravensbrück.


Supikova descreve que sentiu fome e frio pela primeira vez, que ficou usando o mesmo vestido por dias até que se tornasse farrapos.  Ela diz que tem sentimentos conflituosos em relação a família alemã que a acolheu.  Sem eles, ela morreria.  Depois do fim da guerra, ela foi retornada para a Tchecoslováquia e reencontrou a mãe, mas precisou de um intérprete, porque esquecera a língua materna e só falava alemão.

Ao fim da guerra, somente 17 crianças sobreviveram.  Oitenta e dois morreram em Chełmno, seis em orfanatos nazistas.  Das mulheres, 143 voltaram para casa.  Foram dois anos de buscas até que todas as crianças reencontrassem suas mães ou parentes.  A vila original tinha sido totalmente destruída pelos nazistas como forma de exemplo, mas outra Lídice foi construída perto da original que se tornou um memorial.  A página oficial é esta aqui (*versão em inglês*).    Várias cidades foram renomeadas ou batizadas em memória da vila.  Lidice também passou a ser nome próprio, a senadora baiana Lidice da Mata, recebeu este nome em honra da cidade.


O monumento de bronze em tamanho real lembrando as 82 crianças de Lidice mortas em Chełmno, começou a ser construído em 1969 por Marie Uchytilová (1924-89). Ela imaginava homenagear não somente as crianças de Lidice, mas todos os meninos e meninas vitimados pelas guerras.  Foi o primeiro monumento do tipo no mundo.  Uchytilová nunca recebeu nada pelo trabalho.  O monumento foi apresentado em março de 1989, mas ela faleceu inesperadamente em novembro do mesmo ano.  Seu marido, J. V. Hampl continuou seu trabalho e a obra foi finalmente inaugurada em 1996.

Lembrar de Lidice, de seus homens, mulheres e crianças é importante, especialmente, em um momento no qual os discursos fascistas ganham força e há quem queira reescrever o passado.  Os nazistas nunca negaram Lidice, eles exibiram com orgulho.  O Estado Nazista representou uma ameaça a tudo de bom que existe na humanidade.  Este way of life, porque é disso que falamos, um estilo de vida, não defendia valores “tradicionais”, seja lá o que isso represente, não exaltava o que os seres humanos tinham de melhor, mas foi uma perversão, a institucionalização consciente, planejada, economicamente rentável para certos grupos, da violência e da exclusão de vários grupos humanos.  Houve quem lucrasse com o Estado nazista e muitos mais que perderam com ele: judeus, ciganos, homossexuais, defensores dos mínimos direitos humanos etc.  Crianças inocentes, também, o caso de Lidice é somente um caso.  Vilas na URSS foram inteiramente varridas, outras muitas Lidices aconteceram e precisam ser lembradas.

terça-feira, abril 01, 2014

Textos Complementares - 1º Bimestre


Estes textos são complementares ao material didático utilizado em sala de aula.  Se você não é aluno ou aluna do Prevest e deseja utilizar o material, favor citar a autoria do Prof. José Vicente Delgado.  Clique nos links para fazer download:
A imagem do post é um mural de Diego Rivera, um dos maiores artistas plásticos mexicano de todos os tempos.  O muralismo foi uma das expressões artísticas do país e retratou as transformações sociais e políticas das primeiras décadas do século XX.

terça-feira, julho 02, 2013

2 de julho de 2013 - 290 anos de Independência da Bahia



A Guerra de Independência na Bahia foi iniciada ainda em 1821 (*antes até*) e se estendeu até 2 de julho de 1823.  A resistência dos portugueses foi grande, assim como o destemor da população local.   Marcante na luta de independência baiana foi a participação de indivíduos de todas as camadas, condições sociais e etnias, assim como a ação das mulheres.  Lembramos muito da famosa Maria Quitéria, patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, uma espécia de Mulan brasileira que fugiu de casa, tomou vestes "masculinas" e se alistou no exército de independência como "Soldado Medeiros", mas há outras.  Uma delas, Soror Joanna Angélica, abadessa que morreu protegendo seu convento dos soldados portugueses que queriam invadi-lo.  E a ainda pouco conhecida Maria Felipa de Oliveira, negra, marisqueira, que liderou homens em mulheres em ações que iam desde o incêndio de naus portuguesas até iludir e surrar portugueses que resistiam à independência do país.  E estou citado somente três delas para ilustrar a participação ativa das mulheres no processo.  Para quem quiser ver um vídeo interessante sobre a guerra de independência na Bahia é só  clicar abaixo.  Descartem, por favor, a propaganda do colégio particular que está no final... 

segunda-feira, março 04, 2013

Militares e o Direito de Voto na América Latina



Estava dando aula agorinha e fui interpelada por um aluno colombiano sobre o direito de voto dos militares.  Estava explicando a Constituição de 1934 e que ela teria dado direito de voto aos sargentos, antes proibidos de votar.  Pois bem, nunca tinha lido nada sobre o assunto, não tinha informações sobre a questão e fui pesquisar.  É realmente estranho que existam países que, em nome de uma suposta neutralidade, neguem a um grupo tão grande de homens e mulheres o exercício pleno da cidadania.  No Brasil, a questão sempre esteve muito mais atrelada ao status: oficiais e alunos de escolas superiores militares votavam; praças, não.  Os sargentos ganharam direito de voto antes de marinheiros, soldados, cabos e taifeiros.  Só mesmo em 1988, o voto passou a ser direito de todos os militares.

Encontrei um artigo dizendo que os militares peruanos haviam recuperado o direito de voto em 2005, depois de mais de um século.  E que a nação se juntava ao grupo de países latino americanos que permitiam o voto aos militares: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, México, Nicarágua, Uruguai, Paraguai e Venezuela.  A lista dos países nos quais o direito de voto era interditado aos membros das forças armadas poderia ter mudado.  Enfim, Colômbia, Guatemala, Honduras e República Dominicana continuam negando o voto aos militares.  O Equador concedeu o direito de voto em caráter facultativo em 2008.

sábado, dezembro 01, 2012

As Mulheres Negras e os Direitos Civis nos EUA



Desde o fim da Reconstrução Radical (1865-1877) vigoraram no Sul dos Estados Unidos as chamadas Leis Jim Crow (1876-1965), que legitimavam a Segregação Racial com base na premissa (*falsa*) "Separados, mas Iguais". Qualquer pessoa que tenha assistido mesmo o filme mediano Histórias Cruzadas, entende o que estou dizendo. Pois bem, Rosa Parks foi presa em 1 Dezembro de 1955, porque não quis se levantar para que um homem branco pudesse sentar. Hoje é dia de lembrá-la. Sua coragem, seu orgulho, foi o estopim para que outros negros e negras se mobilizassem nos EUA para que as leis racistas-segregacionistas fossem derrubadas. O sistema de transporte público de Montgomery, Alabama, sofreu boicote por 381 dias, até que as autoridades cederam a aboliram o sistema que estabelecia que negros sentavam no fundo do ônibus, brancos na frente e se o ônibus enchesse, a cada branco que entrasse, um negro ou negra deveria ceder o lugar.  Rosa Parks não foi a primeira mulher, nem a primeira pessoa, a se rebelar contra a segregação nos transportes públicos em algum Estado do Sul, antes dela, pelo menos três mulheres ganharam notoriedade por fazer o mesmo: Irene Morgan (1946), Sarah Louise Keys (1955), e Claudette Colvin (1955).


 Irene Morgan era secretária, e se recusou a levantar na cidade de Middlesex County, Virginia. Não somente isso, ela entrou em luta corporal com o xerife e outra autoridade masculina para não deixar o veículo. Foi presa, seu caso se arrastou na justiça, e foi parar na Suprema Corte. Imaginem o risco que essa mulher correu, e, claro, o mal exemplo, já que não somente se rebelou, mas partiu para a luta corporal... Sarah Keys (siga o link) era militar, das primeiras a se graduar na academia militar, das primeiras militares negas a cursar Direito com verba do Exército, e estava voltando para uma licença em sua cidade natal, Washington, Carolina do Norte. Ela tomou o ônibus em Fort Dix, New Jersey, seguiu até Washington D.C., onde embarcou em um ônibus sulista. Sentou-se na quinta fileira. Quando houve troca de motorista na pequena  Roanoke Rapids , o condutor exigiu que ela fosse para o fundo do ônibus e cedesse o lugar para um fuzileiro branco. Ela se recusou. Foi presa. O caso foi parar na seuprema Corte. Já Claudette Colvin, uma adolescente de 15 anos, voltando da escola. Colvin foi a primeira mulher em Montgomery a resistir às leis segregacionistas em ônibus, nove meses antes de Parks, mas por ser uma menina, que poderia ser taxada de "rebelde", não foi considerada como um símbolo adequado ao movimento de direitos civis.  Na verdade, e isso não diminui Rosa Parks, mas mostra o quanto uma imagem mais conservadora, todas as outras eram jovens, Parks já tinham 43 anos, por exemplo, se presta melhor como propaganda em uma sociedade igualmente conservadora... Hoje não é dia de lembrar somente de Rosa Parks, mas de todas essas outras mulheres e ressaltar que a luta por direitos iguais não acabou. 


sexta-feira, outubro 12, 2012

Ontem foi Celebrado o Dia Internacional das Meninas


Mala Yousafzai, mais uma vítima do Talibã.

Ontem foi comemorado pela primeira vez o Dia Internacional das Meninas.  Comemorado, não seria a palavra mais adequada, mas irei usá-la por falta de outra melhor.  Tal data foi estabelecida pela ONU com o objetivo de marcar a luta contra as desigualdades de gênero apontando que as meninas - jovens mulheres com menos de 19 anos - são o grupo mais vulnerável.  Não se enganem, há países nos quais a situação é muito precária, mas o Brasil não figura bem no mapa das desigualdades de gênero.  Segundo a ONU, "(...) no Brasil, um em cada cinco nascimentos ocorre com mães com idade entre 10 e 19 anos", é a única faixa na população brasileira no qual a fertilidade cresceu.  Também entre os adolescentes, especialmente as meninas, cresceu a infecção pelo HIV.  Motivo?  relações sexuais precoces, falta de educação formal de qualidade, e, claro, a pressão cultural que impede que a meninas peça que o parceiro use camisinha.

Enfim, achei um texto simples e interessante no Washington Post, decidi traduzi-lo e colocar aqui no blog.  Lembrem, também, em suas orações ou pensamentos, da jovem  Mala Yousafzai (foto), menina paquistanesa de 14 anos, cujo único sonho era poder estudar, tornar-se médica, mas que sofria ameaças do Talibã local.  Esta semana, Mala sofreu um atentado, ela parece estar fora de perigo, mas não se sabe se terá seqüelas ou se os bandidos misóginos que se escondem por trás de uma leitura radical da religião islâmica voltarão a tentar novamente.  Segue o texto:

Menina do Níger.  Quanto tempo de infância terá até o seu casamento?


Dia Internacional das Meninas: Cinco Dados sobre os direitos globais das Meninas

Por Olga Khazan

Balki Souley, uma garota de 14 anos do Níger, perdeu seu filho no parto no início deste ano depois de sofrer de desnutrição por meses, sangrando em profusão e quase morrendo.

Souley foi uma das garotas mostradas em uma recente matéria sobre o crescimento do casamento infantil no Níger feito pelo correspondente do Washington Post, Sudarsan Raghavan. O Níger tem a mais alta taxa de casamentos infantis do mundo, com uma a cada duas meninas casada antes dos 15 anos.

Mas o Níger não é o único país no qual a infância é interrompida pelo casamento, parto ou abuso. A Assembléia Geral das Nações Unidas designou o 11 de outubro como o Dia Internacional das Meninas com o objetivo de chamar a atenção para as desigualdades entre meninos e meninas no mundo.


Casal de noivos: na Índia, o casamento infantil é proibido, mas continua sendo realizado em várias regiões.
Aqui estão alguns obstáculos que as meninas e jovens mulheres do mundo enfrentam:
• A UNICEF descreve o casamento infantil como “a forma mais prevalente de abuso sexual e exploração de meninas.” A cada três segundos, uma menina com menos de 18 anos é casada com alguém no mundo, segundo o Reuters’ TrustLaw.
• Garotas com menos de 15 anos tem cinco vezes mais chance de morrer no parto do que mulheres com mais de 20 anos. Gravidez é a maior causa de morte feminina entre 15 e 19 anos, segundo o International Center for Research on Women.
• Há cerca de 2 milhões de meninas sofrendo de fístula obstétrica, um buraco no canal vaginal. A fístula pode causar incontinência crônica, conduzindo a infecções de pele, doença nos rins e isolamento social. A Organização Mundial de Saúde diz que adiar a idade da primeira gravidez é uma das melhores formas de prevenir a fístula obstétrica.
• Meninas com maior escolaridade correm menos riscos de entrarem em um casamento infantil. Mas em mais de 100 países, a escola não é gratuita, e somente 30% das meninas estão matriculadas no ensino secundário.
• Segundo a ONU Mulheres, cerca de metade das agressões sexuais no mundo são cometidas contra meninas com menos de 16 anos. E que para cerca de 1/3 das mulheres, a primeira relação sexual é uma experiência forçada, segundo a agência.
Slate, em parceria com a New America Foundation, tem um mapa interessante mostrando as disparidades de gênero por país, com base em índices, como a fertilidade dos adolescentes, a taxa de alfabetização e expectativa de vida. Não parece ser surpresa que os países da África sub-saariana e no Oriente Médio parecem ser a mais desiguais, enquanto o Canadá ea Europa são os mais igualitários:
(Visite o site da matéria para visualizar o gráfico animado.)

Eles também apontam para uma possível solução: identificação biométrica, como impressões digitais ou exames de retina, que permitiria que o auxílio pudesse ser encaminhado diretamente para as mulheres e meninas em vez de políticos corruptos.

quinta-feira, abril 19, 2012

Hoje é Dia de Lembrar das Vítimas do Holocausto



No calendário judaico, hoje é 27 de Nissan, dia de lembrar as vítimas do Holocausto Judaico perpetrado pelos Nazistas e seus aliados. Em Israel, o Yom HaShoah (*Shoa é Holocausto*), é feriado nacional desde 1959. A data foi escolhida para lembrar o levante do Gueto de Varsóvia, em 19 de abril de 1949. Como o calendário judaico é lunar, a data é móvel, isto é, nem sempre cairá no nosso (* Gregoriano*) 19 de abril. De qualquer forma, em tempos como os nossos é preciso não esquecer das vítimas do Holocausto, um extermínio planejado e executado em minúcias, os judeus foram a maioria,mas os ciganos, por exemplo, foram sistematicamente exterminados. Da mesma forma que deficientes físicos e mentais alemães. Outros grupos - homossexuais, comunistas, testemunhas de Jeová, gente que escondia e ajudava os judeus, etc. - também foram aprisionados, submetidos ao regime e trabalho escravo e outros abusos, e, em alguns casos, mortos.

Hoje, conforme o Holocausto se torna algo distante para a maioria dos jovens, há quem não acredite que tais atrocidades aconteceram, há quem seja capaz de rir da dor de milhões, há quem por solidariedade aos palestinos seja insensível ao Holocausto, há quem tente diminuir o impacto de tão grande demonstração da falta de humanidade dos seres humanos. É preciso lembrar, é preciso não esquecer. Como ouvi de uma vítima do Holocausto uma vez "Nunca mais!". Sim, nunca mais! Não podemos esquecer, porque se esquecermos, algo semelhante pode voltar a acontecer. E termino deixando as palavras de uma menina, Anne Frank, que acreditou no futuro, ainda que não tenha podido vê-lo. Outros levaram adiante o sonhe que ela sonhou:
“Realmente, é de admirar que eu não tenha desistido de todos os meus ideais, tão absurdos e impossíveis eles são de se realizar. Conservo-os, no entanto, porque apesar de tudo ainda acredito nas pessoas, no fundo, são realmente boas. Simplesmente não posso construir minhas esperanças sobre alicerces formados de confusão, miséria e morte. Vejo o mundo transformar-se gradualmente em uma selva. Sinto que estamos cada vez mais próximos da destruição. Sofro com o sofrimento de milhões e, no entanto, se levanto os olhos aos céus, sei que tudo acabará bem, toda essa crueldade desaparecerá, voltarão a paz e a tranquilidade.”

Anne Frank, 15 de Julho de 1944