quinta-feira, março 14, 2019

1º TRIMESTRE: ROMA – IMPÉRIO – PARTE 1


O AUGE DO IMPÉRIO
(Séculos I e II d.C.)

** O Império Romano se inicia em 27 a.C. e chega ao seu fim em dois momentos diferentes. No Ocidente, em 476 d.C., com as invasões das tribos bárbaras germânicas. No Oriente, em 1453 d.C., quando os turcos conquistam Constantinopla, a capital do Império Bizantino do qual falaremos mais tarde. Dividimos a história do Império Romano (27 a.C.-476 d.C.) em duas fases: Alto Império (27 a.C. até o século II d.C.) e Baixo Império (século III ao V d.C.).

** O Primeiro Imperador: Otávio, sobrinho de César, após derrotar Marco Antônio, assume o governo de toda a Roma Antiga. Otávio coloca fim a República, diminuindo drasticamente os poderes do Senado e criando, para a sua segurança, a Guarda Pretoriana, formada por 9.000 soldados, com a grande função de proteger a pessoa do Imperador. A partir daquele momento, todos deveriam prestar lealdade ao Imperador. Além desse título, Otávio adotou os títulos de Augusto (divino) e Príncipe (primeiro dos cidadãos), além de assumir para si vários cargos: pontífice máximo, censor, cônsul, tribuno etc., no entanto, ele nunca foi chamado de imperador, ele era o "princeps" ou "princeps inter pares", o primeiro dos cidadãos.

Lívia Drusilla, terceira esposa de Otávio
 Augusto e mãe do Imperador Tibério.
** REFORMAS DE AUGUSTO:
>> Aumento da autonomia administrativa das cidades e províncias e sua divisão entre: senatorias e imperiais. As províncias imperiais eram as de fronteira e os governantes eram nomeados diretamente pelo imperador que também reforçou a presença do exército no limes do Império.
>> Classificação da população pela renda, assim, foram criadas três “ordens”: a Senatorial, a Eqüestre e a Inferior. Diluiu-se as tensões entre patrícios e plebeus, cujos membros mais ricos passaram a formar a nobilitas (nobreza) e a população passou a ser discriminada entre ricos e pobres. Somente os mais ricos poderiam chegar ao Senado.
>> Centralização dos gastos públicos como forma de reprimir a corrupção.
>> Designação de funcionários de confiança para cobrar os impostos nas províncias.
>> Reorganização dos correios: um Império tem que ter um sistema de comunicação rápido e confiável.
>> Agravamento de penas e repressão de práticas que atentassem contra a moral e os bons costumes. Otávio também vai reprimir os excessos de luxo da sua corte.
>> Revigoração das rotas comerciais e a criação da esquadra imperial, responsável por proteger os navios que traziam os grãos que abasteciam a Itália.
>> Construção de obras de infra-estrutura: aquedutos, pontes, termas, mercados, etc.
>> Apoio às artes, através do patrocínio de artistas, filósofos e escritores. Essa prática, comum até hoje, chama-se Mecenato e é feita pelo Estado, grandes empresas ou mesmo indivíduos ricos. Esse termo vem de Mecenas, nome de um amigo de Otávio.
** Século de Ouro: É assim que ficou conhecido o longo período que cobre o longo governo de Otávio Augusto e de seu sucessor, Tibério César. Foi nessa época que se consolidaram as bases do Império Romano e se iniciou a chamada Pax Romana.

** Pax Romana: Período que cobre o século I e II, marcado pela relativa estabilidade política, pela expansão máxima das fronteiras de Roma graças à ausência de inimigos poderosos, e a sensação de paz e tranqüilidade que reforçava a idéia de que os romanos eram os senhores do mundo. Essa estabilidade favoreceu e muito a expansão do Cristianismo que se valia da estabilidade romana e da cultura helenística para se espalhar pela malha urbana do Mediterrâneo, o "mare nostrum" romano.

Expansão do Império no governo de Cláudio.
** Governantes do Século I: Uma característica dos imperadores que sucederam Tibério César (Dinastia Júlio-Claudiana), foi o final trágico de seus governos. Um dos agentes das deposições e assassinatos que marcariam a história de Roma seria a Guarda Pretoriana, criada exatamente para proteger os imperadores. Calígula, conhecido entre outras coisas por transformar seu cavalo em senador, teve governo curto. Cláudio, seu tio e sucessor, foi um governante competente e em seu governo foram conquistadas a Bretanha, província que corresponde aproximadamente a atual Inglaterra, e a Mauritânia, No Norte da África. Seu governo terminou com sua morte envenenado por sua esposa Agripina, depois que essa garantiu a indicação de seu filho Nero para o trono Imperial. O jovem Nero ao assumir o governo mostrou-se competente e bem orientado por seu preceptor, o filósofo Sêneca. Estimulou as artes e as ciências. Com o tempo, entretanto, afastou-se de seu mentor e cometeu vários excessos entre eles o possível assassinato de seu meio-irmão Britânico, assassinato da esposa Otávia e da mãe Agripina. Além disso, foi no seu governo que aconteceu o grande incêndio de Roma. Até hoje, o imperador, que mandou remodelar a cidade e transformá-la na mais esplendorosa capital de então, é suspeito de ter ordenado o incêndio e depois culpado os cristãos. Essa foi a primeira grande perseguição aos adeptos dessa religião. Nero terminou seu governo Sendo condenado pelo senado e abandonado pela Guarda Pretoriana. Sabendo que seria preso, torturado e executado, optou pelo suicídio.

Marco Aurélio, imperador filósofo.
** Os “Bons Imperadores”: Depois das agitações que se seguiram à morte de Nero, a estabilidade veio através de novos imperadores que tinham obtido prestígio graças à seu desempenho militar. Primeiro a Dinastia dos Flávios (69-96 d.C.), com Vespasiano, que construiu o Coliseu e Tito que reprimiu a revolta dos judeus e promoveu a Diáspora e Domiciano. Após a morte de Domiciano, assumiu a Dinastia dos Antoninos (96-192 d.C.), conhecida como a dos “bons imperadores”. Esses imperadores, alguns deles nascidos fora da Itália em províncias da península Ibérica ou Norte da África, fizeram governos competentes e garantindo a segurança política, o desenvolvimento econômico e convivência entre os diversos grupos sociais. Foi durante o século II que o Império chegou ao máximo de sua expansão com a conquista, durante o governo de Trajano, da Dácia (Romênia) e da Mesopotâmia. Dentre os imperadores do período, um dos mais significativos foi Marco Aurélio, chamado de o imperador filósofo. Foi dele a decisão de permitir que os bárbaros pudessem se estabelecer nas fronteiras do Império e também, quando necessário, ingressar no exército. Tal medida não foi vista com bons olhos, e já no governo de Marco Aurélio começaram a aparecer os primeiros problemas que iriam marcar o século III. O filho de Marco Aurélio, Cômodo, foi o último dos Antoninos, mas o título de “bom imperador” não lhe caía bem e terminou sendo assassinado por um gladiador.

A partir de 117 d.C., o território romano não se expandiu mais.
** OS Bárbaros: Eram considerados bárbaros pelos romanos todos aqueles que não tinham cultura greco-romana e não falavam latim. Assim, poderiam ser bárbaros tanto os judeus quanto os árabes ou as tribos da Europa. No entanto, sempre que utilizarmos este termo daqui para adiante estaremos nos referindo aos Germanos, tribos seminômades que estavam se deslocando rumo à Europa e foram barradas nas fronteiras de Roma. Algumas delas permaneceram ali por muito tempo, como os visigodos, e se romanizaram, outras recém-chegadas desconheciam os costumes romanos. A relação dos romanos com as tribos variava, mas muitos bárbaros passaram a participar do exército e da política do Império e os casamentos se tornaram cada vez mais freqüentes. A chegada dos hunos (*lembram que em Mulan, séculos atrás eles estavam perturbando os chineses?*) vai aterrorizar os germanos e provocar sua entrada violenta de vários povos em territórios romano.

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